RESUMO
Introdução: O atual modo de produção agrícola paulista faz uso de muitos insumos para a produção de grandes safras, uma vez que o estado se destaca como maior consumidor de agrotóxicos do País e maior produtor nacional de cana-de-açúcar, laranja, banana, segundo maior produtor nacional de tomate, batata e café . Para a manutenção deste cenário, o controle de pragas, doenças e ervas daninha é feito por meio da utilização de agrotóxicos, os quais são aplicados em pulverização foliar, na superfície do solo, ou são a ele incorporados. Uma vez no solo, os agrotóxicos podem ser absorvidos, submetidos a reações químicas, decompostos e transportados pela água, por erosão ou lixiviação, podendo atingir mananciais destinados ao abastecimento público. Objetivos: identificar os agrotóxicos de maior preocupação para contaminação da água utilizada para consumo humano no Estado de São Paulo. Método: Foram identificadas as principais culturas representativas do agronegócio paulista, bem como, os agrotóxicos licenciados para uso nestas culturas e seu volume comercializado no Estado, além de suas propriedades físico-químicas. Foram então, calculados os índices de GUS, LEACH, I_EXP e IP com base nas propriedades físico-químicas dos princípios ativos, combinadas com a média dos volumes comercializados entre os anos de 2007 e 2012 e as formas de aplicação destes agrotóxicos. Resultados: Dentre os 491 princípios ativos licenciados pela ANVISA para uso no Brasil, não foram encontrados valores indicativos do comportamento no ambiente de 371 agrotóxicos, não sendo possível, portanto, o cálculo dos índices para estes princípios ativos. Dos 120 princípios ativos restantes, 72 foram classificados como móveis ou potencialmente móveis, e a estes foram acrescidos os outros 14 princípios ativos recomendados pela portaria MS 2914/2011, resultando em uma lista de prioridade de monitoramento e vigilância para 86 agrotóxicos considerados prioritários para o cenário paulista. Conclusão: este trabalho demonstra que a exposição da população paulista aos resíduos de agrotóxicos e seus metabólitos presentes na água destinada ao consumo humano é uma questão de extrema relevância, devendo ser priorizada nos protocolos de controle e vigilância da qualidade da água de consumo humano
Assuntos
Praguicidas , Qualidade da Água , Monitoramento Ambiental , Poluição Ambiental , Água , Risco à Saúde HumanaRESUMO
Introdução: O atual modo de produção agrícola paulista faz uso de muitos insumos para a produção de grandes safras, uma vez que o estado se destaca como maior consumidor de agrotóxicos do País e maior produtor nacional de cana-de-açúcar, laranja, banana, segundo maior produtor nacional de tomate, batata e café . Para a manutenção deste cenário, o controle de pragas, doenças e ervas daninha é feito por meio da utilização de agrotóxicos, os quais são aplicados em pulverização foliar, na superfície do solo, ou são a ele incorporados. Uma vez no solo, os agrotóxicos podem ser absorvidos, submetidos a reações químicas, decompostos e transportados pela água, por erosão ou lixiviação, podendo atingir mananciais destinados ao abastecimento público. Objetivos: identificar os agrotóxicos de maior preocupação para contaminação da água utilizada para consumo humano no Estado de São Paulo. Método: Foram identificadas as principais culturas representativas do agronegócio paulista, bem como, os agrotóxicos licenciados para uso nestas culturas e seu volume comercializado no Estado, além de suas propriedades físico-químicas. Foram então, calculados os índices de GUS, LEACH, I_EXP e IP com base nas propriedades físico-químicas dos princípios ativos, combinadas com a média dos volumes comercializados entre os anos de 2007 e 2012 e as formas de aplicação destes agrotóxicos. Resultados: Dentre os 491 princípios ativos licenciados pela ANVISA para uso no Brasil, não foram encontrados valores indicativos do comportamento no ambiente de 371 agrotóxicos, não sendo possível, portanto, o cálculo dos índices para estes princípios ativos. Dos 120 princípios ativos restantes, 72 foram classificados como móveis ou potencialmente móveis, e a estes foram acrescidos os outros 14 princípios ativos recomendados pela portaria MS 2914/2011, resultando em uma lista de prioridade de monitoramento e vigilância para 86 agrotóxicos considerados prioritários para o cenário paulista. Conclusão: este trabalho demonstra que a exposição da população paulista aos resíduos de agrotóxicos e seus metabólitos presentes na água destinada ao consumo humano é uma questão de extrema relevância, devendo ser priorizada nos protocolos de controle e vigilância da qualidade da água de consumo humano.